quarta-feira, 11 de março de 2009

A força

A agressividade entre as árvores tem atingido altos picos de destruição na biomassa. Galhos mortos são encontrados diariamente a muitos quilometros de onde foram arrancados. A probabilidade maior, até agora apurada, aponta para ocultação das amputações. Nada explica este comportamento já que as mudas de todas as plantas estão acostumadas com a violência e acreditam nela como um defeito inevitável, quando não se manifestam insensíveis a esta característica vegetal. Provavelmente vítimas da agressões com que árvores vizinhas se tratam, os passarinhos estão cada vez mais chocando menos ovos .

Quando veicularem este tipo de notícia teremos certeza de que já não existimos. Pintado o quadro agora, segundo se diz que as coisas se fazem quando se pensa nelas, me assusto imaginando que posso já não ser eu aqui, mas apenas a minha existência imaginada. Parece que isto vale também para o caso de nada ter acontecido ainda. Se o possível da inexistência for de fato inevitável, ser ou não ser já não é mais uma questão. Alguém poderia pisar um pouquinho no freio. Talvez seja possível corrigir um pouco a rota. Isto de se fazer enquanto se faz é algo que não me convence.

A força dos choques humanos resulta diretamente no impulso de seguir o caminho que seguia antes do impacto. É rezar para que o rumo não seja o precipício.

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