Neste espaço dou trato superficial para assuntos escolhidos aleatoriamente, ainda que de preferência com algum cunho econômico. Um objetivo é explorar a fragilidade da quantificação e valoração das coisas, ou mesmo de descobrir a subjetividade na determinação de valores e algumas implicações para o ser humano.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Hipócritas!?
Serão um bando inútil de canalhas que vivem do que cobram pela desgraça? Fosse pela fortuna dos que se curam e não estariam escondidos.
Fazem cobro espúrio e individual pela ‘vida’ de um moribundo e por isso lhes cheira melhor a pandemia? Fosse pela condição de trabalhar melhor e adquirir mais ciência e as casas próprias não teriam mais pompa e circunstância que os hospitais.
Têm eles que fugir da praça onde deveriam montar bancada de exames e bradar com viva-voz orientações à população sobre esta, mais esta, doença infame? Fosse pelo risco do contágio e teriam eles desenvolvido meios de se previnir, medicar, cuidar, mas não de fugir.
Médicos são comerciantes? Fosse de outra forma haveria primeiro a necessidade humana de condição digna e a contrapartida de se formarem primordialmente em faculdades públicas onde a população paga adiantado a formação do ‘doutor’.Imaginem se bombeiros se recusassem a apagar fogo de prédio ou nadar em água de enchente.
Covardes!? Aldrabões!?
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Eliminar o quê?
Será que temos mesmo problemas que são causados pela pobreza?
As fontes de materiais que podem nos tornar ricos, é finita.
O valor que atribuímos às coisas é infinito.
Estará na riqueza a fonte da feiúra da pobreza?
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Ler ou observar?
Sem autor citado, talvez a idéia tenha surgido de uma reflexão individual, de um exercício de raciocínio, da audição de alguns discursos que se somaram, da paciente observação da natureza… E isto é imaginação, conhecimento adquirido pelo estudo ou é observação de fato??
Prática e teoria continuam entendidas como forças que se confrontam. Parece que o embate é verdadeiramente entre práticos e teóricos. Isto me parece praticamente uma teoria.
Será que falta ao conhecedor que aprende pela observação olhar com menos preconceito para o que lê? Será que falta humildade ao pesquisador acadêmico?
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Moedas estrangeiras
Passei bons dias sem me passar nada. Moedas estrangeiras nos seus devidos lugares propiciaram estas minhas férias.
Quando penso no que ouço ou vejo, sinto dor. Minha cabeça que fora acostumada e treinada para enxergar movimento, pujança, avanço ou até desenvolvimento faz das tripas o coração para encontrar o que procura. Porém este meu coração idelizador de estados perfeitos insiste que nada avançou na economia. De fato nada que represente algum adianto de uma casta que soma mais indíviduos porém menos cédulas. Os de menos dinheiro parecem insistir em devolver os trocados que ganham para os que não precisam deles. E esses não precisam nem dos trocados nem dos que se amarrotam por eles.
Moedas estrangeiras são passionais e mudam sempre do mesmo jeito. Gosto delas. Facilitam as férias da mente.
domingo, 7 de junho de 2009
Terceiro tempo
Gostei de ver o desespero velado para largarem a teta.
Quando os cães eram pequeninos, agarravam-se à teta desta grande cadela quase infinita de leite. E bebiam com tanto medo de que a teta secasse que quase mataram a cadela com as feridas que lhe faziam a cada mordida impiedosa.
Da outra vez que vieram mamar, perceberam que não era preciso pressa. Havia e há muito leite, desde que a cadela seja mantida viva. E então pensaram que poderiam atá-la no pátio das suas casas para mamar sempre que quisessem.
Alguns ainda crêem que é possível ficar eternamente agarrado à teta. Mas os que mamaram mais, os que já estão mais fortes, estes perceberam que é perigoso adonar-se eternamente do leite. Mamar em demasia deixa o cão gordo e preguiçoso, um prato cheio para cães famintos.
sábado, 23 de maio de 2009
Combustível auto-renovável e auto-inflamante
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Estou sempre atrasado, mas os jornais também
Como exemplo utilizo o anúncio de que o governo ampliou o valor e a quantidade de trabalhadores que receberão o seguro-desemprego. Será que o governo fez isso como quem faz um repente? Uma medida que envolve tanto dinheiro e tanta gente não apareceu nos jornais antes de ser efetivada. Será que ficaram com medo de uma aceleração muito grande da economia?
Quando assuntos de interesse de muita gente com pouco poder de decisão são tratados por pouca gente com muito poder de mando, o tratamento recebido concentra-se nos meios de pequena circulação. Difícil encontrar um veículo poderoso de comunicação, como os jornais de televisão, tratando pelo menos com títulos chamativos estes temas.
É tão confuso entender estes mecanismos que eu já nem sei se é muita lentidão da mídia, se a produção de safadezas tem ritmo acelerado, ou se podemos somar os dois motivos. Talvez seja somente imaginação…
terça-feira, 19 de maio de 2009
Estou sempre atrasado, mas o governo também
Nosso modelo de gestão do capital é baseado numa economia livre. O investidor quer lucro. Os empresários querem ganhar dinheiro. A carga tributária é elevada, pior ainda pelo serviço prestado à sociedade. É claro que um dono de empresa brasileiro primeiro vai garantir seu negócio, depois seu lucro, depois sua continuidade, depois a distribuição dos lucros para os sócios e investidores, depois a boa relação com os bancos para depois, ufa, pensar em funcionários.
Nós somos um país que possui uma cultura empresarial de especulação, de exaustão de recursos, de gestão amadora. O melhor que pode acontecer conosco é perceber nosso amadorismo e buscar mais prudência com os empreendimentos. Os empresários devem se dar conta que o dinheiro da empresa não é seu. O dinheiro que entra é primeiro para pagar as contas como salários, fornecedores, impostos e só no final de alguns períodos, geralmente de um ano, as sobras são dos proprietários. Para nossos empresários os Funcionários são uma Despesa. Despesas aqui no Brasil são amadoramente motivo somente para corte.
Se o governo não sabe disto, se não conhece a classe empresarial, que tipo de política aplica. Será que são tão inocentes assim?
sexta-feira, 15 de maio de 2009
ser chato é uma arte
Há tanto tempo de dedicação de corpo e alma no desenvolvimento de um estado definitivo que estou no cume daquilo que posso nomear como monotonia monocórdia monológica. Por isso começo este texto com uma das coisas mais chatas que desenvolvi que é a autodescrição a partir de um momento individual e que aliás é um dos motes prefridos dos tratados de auto-ajuda.
Se fosse fácil fazer de um ser dinâmico um ser inerte, ou de um arco-íris um muro cinza, não precisaria passar pelo incômodo de encontrar tantos sorridentes pelo caminho vangloriando-se e tentando vender seu estado pra frente e feliz. Os espíritos elevados resolvidos e alegres deveriam prestar mais atenção a monotonia monocórdia monológica. Acontece que para quem é resolvido, segundo os manuais de ajuda per si, todas as cores e até a ausência delas contêm beleza. Se a chatice te incomoda tanto, talvez seja melhor cuidar de alguma falsa alegria instalada no rosto.
Assim termino sem muito desenvolvimento. Afinal o objetivo pensado desta fala gráfica já foi atingido com a manifestação crítica de um humor atarracado e de senho em riste.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Gripe econômico-individual
A doença – Dá ao número-pessoa uma possibilidade maior de sobrevivência. Este fato inicial acontece porque o ser antes natural já não representará riscos através do desconhecimento da sua existência para o meio econômico-global. A seguir, através de peneiras sucessivas e incesssantes, os número-pessoas são descartados por não contribuirem para o status quo, ou alimentados para participar das seleções de resistência até que poucos representem o símbolo econômico-ideal. Por ser um vírus instalado há muito tempo, a doença só se extingue através da deleção do número-pessoa. O maior risco identificado até agora é a extinção dos indivíduos naturais através da contaminação incontrolável dos número-pessoas.
A diagnose – Quase podemos afirmar que esta crise é só uma gripe do grupo senso-comum e do tipo econômico-individual que por séculos é mal tratada. Os sintomas para a identificação são a utilização do ícone bode-expiatório, a preservação dos símbolos econômico-ideal e a verborragia sobre as possibilidades de utilização do mesmo sistema.
Não é possível afirmar que a cura não seja possível através da extinção do sistema econômico-global como referência e a utilização de outros conceitos como primeira conduta.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
A identidade reflete a realidade
Os brasileiros farão pouco caso de países com escassez de riquezas como petróleo, minerais, madeira e água. A realeza dos burgos estabelecidos pelo mundo todo pagará fortunas para beber água de côco em algumas de nossas praias. A pobreza da nossa vida receberá um toque mais pitoresco, transformando favelas em comunidades típicas, com culturas tribais de raízes culturais diversas. Nosso comportamento, nossa poesia, nossa música e nossa alegria receberão uma belíssima padronização, a fim de não confundir nossa diversidade com desorganização.
Quando o calendário marcar o ano de 2020, sem que tenhamos percebido, já não seremos o Brasil que hoje não conhecemos.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Vala comum
Se fosse possível para quem emprega fazer produção com o labuteiro, a briga pela excelência em manufatura nos transformaria em máquinas automáticas. Se não somos mais robotizados é porque esta é uma limitação humana. Sob altas pressões quebramos e exigimos manutenção cara. Sem contar que o acúmulo de mão-de-obra junta muita sujeira.
Ou alteramos a forma de fazer o que precisamos para viver bem suprimindo a dor de fazer o que supostamente é bom através da produção em excesso, ou morreremos sem saber que como animais isto que temporalizamos não pode se chamar de vida.
Não quero cair na vala comum de confundir a prazerosa ação de fazer coisas, que é dignificante, com a lamuriosa pecha de nomear exploração e alienação como trabalho.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Boiada rebelde
Historicamente o ser humano demonstra sua capacidade incrível de evolução quando tem todas as condições necessárias ao fracasso. A julgar pela baixa qualidade dos nossos pensamentos nestes dias, não há melhor hora. Acordamos pensando em como tirar vantagem de alguém ao chegar primeiro ao banheiro. Vamos para o congresso à procura de um novo conchavo. Jogamos futebol com a atenção voltada para comprovação de alguma superioridade sobre os que usam outro distintivo na camiseta, ainda que seja uma ‘pelada’ apenas. Compramos sabendo que estão cobrando menos do que custaria para limpar todo o lixo produzido com o que nos vendem e depois nos culpam pelo lixo. Vamos trabalhar com a intenção de fazer menos do que aceitamos receber pelo trabalho, ou para subjugar os outros contratados a mais do que nos admitimos.
A conjugação de fatores que nos levam a inumanidade está quase no ápice de decadência. Tão poucos são os que agem sem dar atenção exagerada a aceitação global, que cada vez mais nos parecemos com uma boiada. Só há uma explicação mais ou menos aceitável. Em breve sofreremos um colapso. E provavelmente será o de identidade.
Com tanto egoísmo nas ações é possível que algum esperto enxergue sobre as cabeças baixadas. Com tanto igualdade na estupidez é possível que esta se torne absurdamente clara e identificável. Como tudo que é complexo oferece resposta simples, é posível que a massa identifique o engano. Ato reflexo e a boiada se separa, derruba cercas, cria novos rebanhos e come novos capins. Tudo em uma semana.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Vou me endividar
A nova notícia de que as perdas no mundo com a crise possam ser da ordem de quatro trilhões de dólares, sem que eu sequer me levantasse, fez com que as moedas que guardo derretessem em meu bolso. Eu que pensei que cinco moedas de um real mais uma de vinte e cinco centavos poderiam representar algum dinheiro.
Se foram perdidos quatro trilhões de dólares, só pela perda, eu, que me sabia pobre, perdi a chance de viver de renda, se soubesse o rico que era.
Que grande sacanagem esta! Me tomaram até o que eu não sabia que tinha. Que grande maldade fizeram comigo! Estou emprestando o que não tenho para pagar o que tinha e não gastei. Que grande besteira fiz quando paguei ao banco aquilo que não devia. Que bela besta me saí!
Procuro agência de finanças que me financie um banco. Garanto o pagamento com todo o dinheiro que me for emprestado. Bom, quase todo…
domingo, 19 de abril de 2009
Francisco de Assis
De tão famoso virou santo e assim ele já não é, ele São. Pobreza foi seu voto, dizem. Voto e pobreza tem ligação mesmo unilateral. Alguns dizem o voto e muitos aceitam a pobreza. Mas política não é interessante, além de ser suja. E não adianta reclamar, a política é suja sim, afinal é feita por políticos e eles são sujos. Portanto volto para a pobreza do Francisco, o que é São.
Disse a igreja, a que fez dele santo, que a escolha de São Francisco, chamada voto, foi mesmo a de pobreza e que ele que era rico deixou tudo para trás quando abandonou a casa do pai e ainda saiu caminhando pelado. Rebeldinho o Chico, falo assim porque não to falando do santo. Assim ele, pelo que se sabe, herdaria muito dinheiro e propriedades, o que o faria supostamente rico, mas preferiu renegar todos os bens materiais, o que o deixou pobre.
Primeiro me parece ridículo aceitar que a igreja não conte a história ao contrário, dizendo que ele era pobre, pois seu coração não pertencia a Cristo e, depois que aceitou Jesus, ficou rico por ser e aceitar ser filho de Deus, que sabemos que é o dono de tudo.
A dor com que contam esta história de um jovem abandonar o dinheiro, para abraçar a vida sem este atrapalho, faz pensar que a materialidade é o principal. Deveriam contar que escolhemos o material quando nos damos conta que nossos pais e nossa comunidade nos criou tão vazios que não seríamos quase nada, não fosse algum casaco ‘da onda’ ou uma sapatilha da moda. Por isso não vemos a riqueza do Francisco, o famoso de Assis.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Segue o ciclo que segues.
Segue o ciclo que segues para que tua próxima ação seja menos influenciada pelas escolhas equivocadas que te fazem alimentar o ciclo que segues. Tua inação por alguns momentos é que pode impedir a alimentação do ciclo. Conseguindo momentos para não alimentar o ciclo você consegue em primeiro momento diminuir a força do que te persegue. O ciclo perseguidor passa aos poucos a ser um ciclo menos imponente enquanto o teu ciclo individual passa a ganhar força. À medida que você aumenta a resistência para a perseguição e ganha mais tempo para inação que interrompe momentaneamento o ciclo que te persegue é que tua importância cria novas escolhas reais e próprias. As tuas escolhas alimentam a construção de independências em cadeia fazendo com que o ciclo perseguidor encolha suas induções e outras pessoas inativem ações por pequenos tempos. Esta soma silenciosa encolhe e desnorteia o ciclo. O ciclo ao longo do tempo percebe que pode ser inativado a qualquer momento pois há um número não conectado de pessoas e que portanto não obedecem a comandos em massa e que têm na soma a força suficiente para interromper a perseguição. O ciclo passa a servir. A sequência tende a ser a soma dos possíveis de cada escolha individual e não o resumo das escolhas do ciclo perseguidor.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Regras na segunda-feira
As regras que sigo seguem as regras que dito.
Pelas manhãs de segunda-feira, todas elas, sem que seja necessário acordar plenamente, nem que a espera pelo café da manhã traga uma mesa posta, as regras que me imponho seguir, seguem me impondo ações. E seria muito fácil alterar este inesgotável momento filosófico das manhãs de segunda se meu aceite virasse uma negação.
Se para negar há o risco de não haver o próximo café da manhã, há também para o assentimento inconteste a certeza de que alguém não terá café da manhã nunca mais. A luta então passa a ser de garantir que o café perdido seja o do estrangeiro e, quando o dele já não houver, que seja o do vizinho e por aí se chega em casa e a escolha dói mais.
Estas regras que aceito alimentam outras regras que me serão impostas. De tal modo que alimento meu próprio tolimento. Preciso parar pelo menos alguns minutos por dia e quebrar pelo menos uma regra geral a cada dia. Pequenas paradas e regras de menor valor, é claro. Não consigo explicar a idéia, porém não consigo negar o sentimento de que estou mordendo o próprio dedo a cada manhã.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Vou reclamar meus direitos de consumidor
O caso é o do nascimento. Pouco antes dele, a bem de dizer a verdade. Tenho a impressão de que me venderam um show pirotécnico. Aqui não tenho visto nem pisca-piscas, quanto mais fogos de artifício. A festa prometida só acontece onde não estou. Quando o bom é o boom de algum investimento, ninguém me conta. Quando o boom de um investimento não é bom, eu é que pago a conta. Se tivessem dito que seria assim, capaz que eu tivesse nascido. Esperava a próxima geração chegar.
Se houver outra vez, não venho. Caso me convidem para entrar neste parque novamente, não entro. Isto parece condomínio construído com areia de praia e cobrado com fatura de cimento puro.
Me devolvam o dinheiro. Vou comprar as entradas para a vida no Éden. Mas quero a parte do planalto. Dizem que lá tem menos festa, porém, tem mais sossego. Vi uma plaquinha indicativa estes dias. Será mesmo que a bilheteria é no Senado?
segunda-feira, 16 de março de 2009
Vítima com cara de otário
É um desafio pensar em como isolar malfeitores físicos da sociedade e adequar a punição. Recuperar a vida de quem foi morto não é possível, talvez por isto se faça tanto para recuperar os agressores.
Porém me incomoda o tratamento desumano para as pessoas próximas das vítimas. Além da falta imposta por um sistema já cruel de sociedade, há ainda a insegurança gerada pela nossa inabilidade para proteger quem se sente ameaçado e apoiar na luta contra o pânico pela perda de um próximo. Parece que nos esquecemos que criminosos também tentam se proteger. Quando um assassino é encontrado sua primeira vontade é matar também quem pode acusá-lo, processá-lo, levá-lo a cadeia. E aí os parentes estão sem apoio. Já o assassino tem inúmeras prerrogativas. A balança parece pender.
As entidades que protegem criminosos na condição de humanos precisam se livrar de conceitos falsos de bondade. O apoio psicológico e emocional deveria ser investido nas vítimas e seus próximos em primeiro lugar. O desespero e a angústia, vigiados, são agentes de revisão para qualquer pessoa. Tirar de um criminoso esta possibilidade é encarecer uma readequação com remédios que faltam a quem luta diariamente para não sucumbir ao desrespeito dos direitos fundamentais. É preciso mostrar aos criminosos que existe uma sociedade que cuida de quem luta para ser respeitoso ao convívio. Mostrar que conforto não vale qualquer coisa, que status é um lixo comprado em qualquer banquinha de contrabando.
Aliás, também é desumano o tratamento com as vítimas. O estado sinaliza com a prerrogativa de inocente para aquele que é bandido. O inocente deve provar que assim é antes de ser atendido num grito de socorro. Hoje parece mais comum que sejamos tratados como otários quando somos vitimados.
É vergonhoso que seja assim. É assustador que sejamos o estado.
sexta-feira, 13 de março de 2009
PAC
Quem só pisa no acelerador, esquece as curvas. Este sentimento que vivemos e dita a aceleração, empolgação, feitura, desembaraço, avanço, crescimento e tudo que implica constância nestes movimentos, nos leva a destinos que não temos tempo de imaginar. A contemplação de um estado alcançado, em um determinado momento, bem como a constatação dos rumos implicados com as etapas alcançadas, dá maior poder e conhecimento para determinar passos menos agressivos e mais construtivos nos processos evolutivos.
A especulação é uma moeda eufórica com seu lançamento e sem lastro para aceitação imediata. Valorizar uma previsão é um risco sem cálculo. Quando fazemos isto nos colocamos numa área de risco que nem sempre podemos suportar. Se nosso capital é comprometido perigosamente em uma possibilidade imaginada nossa sorte pode se transformar em azar. Arriscar um pouco do que temos, de forma que a perda do valor arriscado não comprometa a regularidade já tão frágil das nossas vidas, é um exercício natural do capitalismo. A medida do exagero é uma especulação, uma probabilidade. Há tempo para que se arrisque e temo para que se guarde.
É notório saber que no Brasil alcançamos alguma segurança econômica nos últimos anos. Foram os brasileiros que se instalaram nesta terra os constutores desta estabilidade. Após centenas de anos, conseguimos que o governo não atrapalhasse tanto. Parece que agora nosso governo resolveu investir pesado em um programa de aceleração. Geralmente, aqui e em qualquer parte do mundo, a política se move primeiro por interesses particulares e, por último, também por interesses particulares.
Espero que este pé que acelera tenha um cérebro que veja curvas.
quarta-feira, 11 de março de 2009
A força
A agressividade entre as árvores tem atingido altos picos de destruição na biomassa. Galhos mortos são encontrados diariamente a muitos quilometros de onde foram arrancados. A probabilidade maior, até agora apurada, aponta para ocultação das amputações. Nada explica este comportamento já que as mudas de todas as plantas estão acostumadas com a violência e acreditam nela como um defeito inevitável, quando não se manifestam insensíveis a esta característica vegetal. Provavelmente vítimas da agressões com que árvores vizinhas se tratam, os passarinhos estão cada vez mais chocando menos ovos .
Quando veicularem este tipo de notícia teremos certeza de que já não existimos. Pintado o quadro agora, segundo se diz que as coisas se fazem quando se pensa nelas, me assusto imaginando que posso já não ser eu aqui, mas apenas a minha existência imaginada. Parece que isto vale também para o caso de nada ter acontecido ainda. Se o possível da inexistência for de fato inevitável, ser ou não ser já não é mais uma questão. Alguém poderia pisar um pouquinho no freio. Talvez seja possível corrigir um pouco a rota. Isto de se fazer enquanto se faz é algo que não me convence.
A força dos choques humanos resulta diretamente no impulso de seguir o caminho que seguia antes do impacto. É rezar para que o rumo não seja o precipício.
terça-feira, 10 de março de 2009
Salário é alimento, negar é desumano.
Disseram que há crise na Lagoa. A da Conceição, que fica no meio da ilha de santa catarina. Como este pedaço de chão não me diz sem que eu saiba geologia, como é que se formou, não digo que ela foi cavada, nem que seja pelo tempo, pois pode que seja resultado de ajuntamento de terras como muros, deixando um buraco para juntar água no meio.
Sálário atrasado de funcionário quando o verão não acabou, é conta que lugar de turismo nem em sonho haveria de fazer. E quanto mais num momento em que até o carnaval já passou, situação que sugere que as burras do empresários devem ter muita carga de moedas.
O que poderá então ser o motivador de falta de pagamento por serviço prestado, sem fazer grande alarde com isto, parece ser uma boa pergunta. E não sobra muito para dizer considerando que, em primeiro lugar, o Brasil gerou muita riqueza nos últimos anos, então os cofres deveriam ter reservas; em segundo lugar o verão já deu o grosso do dinheiro que dá por estas terras; em terceiro lugar os empresários não arriscariam perder funcionários nos próximos anos, ou ter que contratar incompetentes e desonestos por ser fazerem agora eles de safados. Mata de fome quem te serve e logo te faltará quem te traga comida à boca.
Parece que a crise na Lagoa é uma mania de reclames na pior linha do senso comum em que o ser humano se comporta como ser bovino.
domingo, 8 de março de 2009
Vale criar um ídolo de muitos?
Hoje havia um bom grupo de pessoas dentro da água. O mar rebolava em ritmo de samba-canção e o grupo se favoreceu das possibilidades de nadar, boiar, caminhar, mergulhar e se abstrair num mundo de pouco perigo. Regime mais democrático que este eu duvido que haja. Onde se reúnem banhistas e há espaço para todos, a educação é um detalhe que se observa na areia, na calçada, ou na rua avistada de dentro do mar.
Lá, neste parque aquático natural e livre, o mais possível de influência que alguém pode repercutir é provavelmente o de afogamento. Para que um ser apenas, motivado em alterar este arranjo das coisas, consiga fazer diferença, de forma tal que, considerado por todos, o diferente seja histórico, é necessário muito apoio e no mínimo auxílios indiretos. Pode que se faça algo incrível e histórico numa tarde na praia, pode que o fato se ligue a alguém. Parece-me que atibuir a façanha a uma única pessoa é um engano. Mais provável é admitir que um alguém seja utilizado como um símbolo ou marca para a lembrança.
Atos individuais poderiam deixar de ser critério para homenagens e premiações vindas do coletivo.
quinta-feira, 5 de março de 2009
Euroexcêntrico
Pensar nosso país a partir do conhecimento trazido da europa é um disparate. Temos que admitir de uma vez por todas que a comunidade européia, de forma individual ou somando-se nos países que a compõe, possui quando muito conhecimento suficiente para enfrentar seus próprios dilemas. Entender-se como uma sociedade onde os seres que a formam, afora seus poderes diferentes de consumo, são merecedores dos mesmos direitos à vida, quer tenham nascido na Áustria ou na África, já é muito que pedir a um europeu.
O que me atravanca seguir numa linha curva e disforme de pensamento em direção a unidade que faria da humanidade um grupo digno do nome, é a percepção de que, para que isto seja verdadeiro, cada grupo suficientemente diferente deve primeiro encontrar-se em si e conforme os seus conceitos.
Nós aqui no Brasil não temos a mínima idéia de quem somos pela forma que nos pensamos. O melhor que chegamos de definição, vêm da europa, do pensamento eurocêntrico como dizem os europensadores baseados nos euroconceitos. Nossos pensadores bebem lá os conceitos que aplicam para explicar isso aqui.
Parece-me que nos vemos ainda isto e não estes. Ou seremos o isto daquilo? Ou não é assim que se pensa? Eita nó!
segunda-feira, 2 de março de 2009
Porquê o movimento humano também é um negócio?
Por toda a cidade passam a caminhar sem que o trabalho seja o horizonte. Por quase todas as praias e muito pelo centro urbano, há quem observe os que chegam, passam, seguem, sonham parar, gostam, tiram fotos... Florianópolis é uma cidade turística e se for vista em um catálogo, é mais uma entre tantas opções.
Quanto tempo foi gasto para que cada um dos que por cá atravessam pudessem por cá passar? É indiferente saber se podem se demorar mais do que um dia na cidade. Já não se conhece aquele que vem, conta-se nos grupos segmentados que cruzam este espaço no verão. São estatística, quase todos. Porém de lá de onde vieram poderia fazer diferença o tempo gasto, ou consumido por cada viajante. Se para cá vieram é de crer que para lá eles estão a faltar, se não não falta também a riqueza que trazem. Será que um pouco do que levam quando produzem coisas que aqui são consumidas está no bolso deles? Seremos nós que os consumimos?
O vai e vém de todos que vamos e viemos gera mais do que transformações nos ambientes habitados fugaz ou perenemente. Nossa imagem gera novos espaços por onde passamos. Dificilmente não somos percebidos. Qualquer um que se movimente é um ponto de referência. Qualquer direção que escolhemos é uma possibilidade aberta para quem observa. Parece que os trânsitos livres são agências de fomento da curiosidade e moeda forte para o desenvolvimento humano. Será a troca avalorada o combustível para o trânsito livre?
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Querem tomar meu leite
Custando um real e trinta centavos, mais cá menos lá, o litro do leite chega bem tratado sobre a mesa do trabalhador médio. Com mais um real e trinta é capaz de chegarem mais quatro pãezinhos. Se for um casal só de eles mesmo, com cerca de quatro reais o café da manhã segura bem a fome até o lanche daz dez e com um pouco de boa vontade se chega bem ao meio-dia. Em trinta dias do mês deu cento e vinte, na pilha dos reais, o custo de comer cedo. Basta repetir a economia nas três principais refeições do dia e o mês fecha em trezentos e sessenta reais de bóia. Junta um gás de quarenta reais mais o desconto na folha e o salário deu tamanho.
A informação é que pode mudar isto. Água, luz, telefone, estudos, remédios, prestação da casa, roupas, passeio no final de semana, corte de cabelo, esmalte de unha, móveis, eletrodomésticos... o governo já dá mesmo!?
O negócio é vender mais dez por cento da força ganha com o leite e os pãezinhos.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Um centímetro
Um comércio abriu as portas para o público, de forma que seus produtos estavam dispostos e disponíveis para venda. Um ponto de ônibus foi instalado em frente ao comércio com abertura apenas para frente e um dos lados. O abrigo utilizado para esta parada do coletivo mede mais do que a largura do comércio, tem a altura da fachada, está a um metro e meio de sua porta e não é transparente. Por pouco o ponto não está dentro do comércio que por muito está impedido de ser visto por quem transita pela rua ou na outra calçada.
Parece que, no planejamento urbano dentro da prefeitura, a idéia de uma parada para o coletivo, totalmente coberta e num local de muita procura, justificou o ajuste da traquitana ali. No mapa urbano cada quadra mede um centímetro.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
A sobra de televisão
Um dia inteiro sem receber informações via televisão foi o suficiente para que sessenta e oito porcento dos meus dilemas sumissem. O esforço que muitos fazemos para preencher a vida com o máximo de proveitos é quase uma tarefa impossível sem programas feitos para a TV e distribuídos através de cabos, ou antenas ou fitas ou DVD's. Nenhum ser humano consegue, seja qual for o seu poder de abstração ou fonte questionadora, encontrar inutilidade suficiente para completar o dia em todos os momentos acordado. Fazer isto todos os dias de todas as semanas é inimaginável.
Num momento em que este eletrodoméstico, que já é bem menos elétrico e muito cheio de opiniões, resolve não dar o ar de sua ingrata graça, podemos perceber o quanto ele sobra em nossas vidas. Os dias apresentam vácuos, as importâncias trocam de lugar, as atenções se voltam para a pessoa que está no lado (oi, você é quem mesmo?), nosso eu se percebe como outro estranho, o espelho diz a verdade, o mundo não é tão acelerado.
Com sorte, se a TV não funcionar, pode-se caminhar até a padaria.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Eu pometo e você me dá um dinheio aí
Se a canoa não virar... É de admirar a coragem dos navegadores, que se lançam sobre águas com naves de flutuação duvidosa e nem sabem onde haverão de chegar. Só me alegra a constatação cada vez mais empírica e imparcial retumbando que ,de fato, somos o que plantamos. E aqui, no Brasil, plantamos sementes do que nos disserem que dá lucro. Assim foi plantado o carnaval nestas terras, no tempo em que o circo era demasiado caro e precisamos de atendimento em maior escala. O resultado não era minimamente certo nem estudado, mas somos do tipo navegador corajoso.
Todo ano, aí pelo mês de março, passamos para o pão.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Desocupados incomodam ocupados e o verso idem.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Vou especular no bolso
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
A Varig americana
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
O valor determinado
Excluí da lista o pobre porque sou tendencioso e me parece que este perde sempre. É como dizer que a sina do pobre é alimentar e manter algum equilíbrio nas castas menos baixas. Assim como a sina do média é manter o pobre afastado e o condomínio limpo para o rico. Tanto quanto a sina do rico é alimentar o sonho impossível de qualquer um vir a ser um bilionário poderoso. Este último sonho serve para todos que alimentam o meio de comunicação, a produção de aço ou a eleição do bilionário poderoso. Parece-me que somos todos nós.
Parece que se eu pudesse dizer que só há no mundo 1.000 reais e mil patos, para cada real haveria um pato valendo isto. Se eu dissesse que há no mundo 500 reais e mil patos, cada pato valeria 50 centavos. A diferença hipotética seria de 500 reais.
Parece que eu teria menos dinheiro, porém teria ainda todos os patos que quisesse.